Nas últimas semanas, o mercado internacional de café conilon tem registrado altas expressivas. Nesta quarta-feira, 27, a cotação na Bolsa de Londres atingiu níveis históricos, com uma valorização de 7,68%, impulsionada também pela alta do dólar. Indicadores técnicos apontaram preços de até R$ 1.740 por saca de 60 kg. No entanto, os produtores do noroeste do Espírito Santo relatam que as cooperativas locais estão pagando cerca de R$ 1.650 por saca, uma diferença de até R$ 90.

Essa disparidade tem gerado insatisfação entre os cafeicultores, que expressam suas frustrações em grupos de WhatsApp e outras plataformas. Eles argumentaram que os preços pagos não refletem o real valor de mercado do produto. “Estamos acompanhando as cotações internacionais e vemos que nosso café vale mais do que estão nos pagando. É desanimador”, desabafa Adalberto Farias, produtor de café em São Gabriel da Palha.

A situação é agravada pela instabilidade climática que afeta as principais regiões produtoras de café no mundo. Condições adversas, como secas prolongadas e temperaturas extremas, têm qualidades impactadas na produção, resultando em estoques globais mais baixos. 

Diante desse cenário, especialistas sugerem que os produtores buscam diversificar seus canais de venda, investir em certificações de qualidade que agreguem valor ao produto e fortaleçam associações que possam negociar melhores condições coletivamente. Além disso, é fundamental que haja maior transparência por parte das cooperativas e compradores, garantindo que os produtores recebam uma remuneração justa pelo seu trabalho.

A situação atual evidencia a necessidade de uma maior integração e diálogo entre todos os elos da cadeia produtiva do café, visando equilibrar as relações comerciais e garantir a sustentabilidade econômica dos produtores, que são a base desse importante setor para a economia capixaba e brasileira.